A síndrome do túnel radial pode explicar aquela dor teimosa no lado externo do cotovelo e no antebraço que não passa com descanso.
Você sente fraqueza ao segurar objetos, dor ao girar maçaneta ou ao usar chave de fenda? Calma. Aqui você vai entender o que é, como identificar, o que fazer em casa e quando buscar ajuda. Em poucos minutos, você terá um plano claro para aliviar a dor e retomar a rotina com segurança.
O que é e como acontece
A síndrome do túnel radial é a compressão do nervo radial (geralmente do ramo posterior interósseo) ao passar por um “corredor” de músculos e ligamentos ao redor do cotovelo. O ponto mais crítico costuma ser na arcada de Frohse, parte do músculo supinador.
Ela aparece com mais frequência em quem faz movimentos repetidos de rotação do antebraço, aperto de ferramentas, digitação prolongada com punho estendido ou treinos com barra e halteres sem controle de técnica. Mecânicos, cabeleireiros, profissionais de TI e praticantes de tênis ou cross training estão entre os mais afetados.
Sintomas e sinais de alerta
Os sintomas da síndrome do túnel radial costumam incluir:
Dor profunda e difusa no lado externo do cotovelo, que desce pelo antebraço.
Piora ao estender os dedos contra resistência, segurar algo pesado ou girar o antebraço.
Sensação de fadiga e perda de força de preensão ao abrir potes ou segurar sacolas.
Formigamento é raro; quando aparece, é leve. Se houver fraqueza para estender dedos e polegar, pode indicar compressão mais intensa do ramo motor.
Como diferenciar de outras dores do cotovelo
É comum confundir com epicondilite lateral (a famosa “cotovelo de tenista”). Nela, a dor é mais localizada no osso do lado externo do cotovelo e piora ao levantar algo com o braço estendido.
Já na síndrome do túnel radial, a dor tende a ficar alguns centímetros abaixo desse osso, no caminho do nervo, e se agrava com testes de extensão do dedo médio e com supinação contra resistência.
Outras condições que podem parecer iguais: compressões cervicais (C6-C7), instabilidade do cotovelo e dores miofasciais do antebraço. A diferença vem do exame físico detalhado e, se necessário, de exames complementares.
Diagnóstico: do consultório aos exames
O diagnóstico da síndrome do túnel radial é principalmente clínico. O profissional palpa o trajeto do nervo, faz testes de resistência (supinação e extensão do dedo médio) e compara com o lado saudável.
Exames como ultrassom e ressonância ajudam a excluir cistos, sinovites e lesões associadas. A eletroneuromiografia pode ser normal nos casos de dor pura, mas é útil quando há suspeita de fraqueza verdadeira.
Como referência no Brasil, o Dr. Thiago Caixeta é um renomado ortopedista especialista em ombro que atende em Goiânia; na prática clínica, profissionais com esse perfil avaliam não só o cotovelo, mas todo o membro superior, algo essencial quando a dor é persistente. Em situações que envolvem ombro e cotovelo, faz diferença conversar com um especialista em manguito rotador em Goiânia para alinhar diagnóstico e conduta.
Tratamentos que realmente ajudam
O tratamento da síndrome do túnel radial começa de forma conservadora e, na maioria dos casos, funciona bem.
Passo a passo para aliviar em casa
- Reduza os gatilhos por 2 a 4 semanas: evite giro repetido de chave, uso de ferramentas pesadas, mouse com punho estendido e treinos de pegada extenuante.
- Adapte o trabalho: mantenha o punho neutro, aproxime o teclado, use mouse vertical e apoie o antebraço. Micro-pausas de 1 minuto a cada 20-30 minutos.
- Gelo ou calor: gelo por 10-15 minutos após esforços nas primeiras duas semanas; depois, calor moderado antes de exercícios leves.
- Órtese simples: uma munhequeira que mantenha o punho levemente estendido reduz tensão sobre o nervo durante atividades e sono.
- Mobilização neural: deslize do nervo radial 1-2 vezes ao dia, 10 repetições, sem dor aguda. Exemplo: ombro para baixo, cotovelo estendido, punho e dedos flexionados; incline levemente a cabeça para o lado oposto e retorne.
- Alongamentos suaves: extensores do punho e supinador, 20-30 segundos, 3 séries, sem passar de desconforto leve.
- Fortalecimento progressivo: isometria de extensão do punho e supinação com elástico leve, 3 séries de 10-12, 3 a 4 vezes/semana, aumentando gradualmente.
- Anti-inflamatórios e analgésicos: use apenas com orientação médica, por curto período.
Quando considerar infiltração ou cirurgia
Se, após 8 a 12 semanas de tratamento bem feito, a dor persistir e limitar atividades, a infiltração guiada por ultrassom com anestésico e corticoide pode reduzir a inflamação ao redor do nervo.
Cirurgia (liberação do túnel radial) é reservada para casos refratários ou com déficit motor progressivo. A boa notícia: quando bem indicada, costuma ter bons resultados e retorno gradual às funções.
Prevenção e retorno às atividades
Para evitar a volta da síndrome do túnel radial:
Ajuste ergonomia: teclado baixo, mouse próximo, apoio de antebraço e tela na altura dos olhos.
Varie as tarefas e programe pausas curtas ao longo do dia.
Treine técnica nos exercícios que envolvem pegada: mantenha punho neutro, reduza volume e aumente progressivamente a carga.
Inclua fortalecimento do antebraço e escápulas duas vezes por semana para equilibrar forças no membro superior.
Quando procurar ajuda
Procure avaliação se a dor impedir tarefas simples, se houver perda de força para estender os dedos/polegar ou se os cuidados iniciais não ajudarem em 2 a 4 semanas. O diagnóstico precoce evita cronificação da dor e acelera o retorno seguro às atividades.
Resumindo: a síndrome do túnel radial é uma compressão do nervo radial que causa dor no cotovelo e antebraço, muitas vezes confundida com outras lesões.
Ajustes de rotina, exercícios específicos e, quando necessário, infiltração ou cirurgia resolvem a maioria dos casos. Comece hoje pelas dicas acima e observe sua resposta ao longo das próximas semanas.
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