Os trabalhadores e beneficiários de programas sociais já podem se preparar: o salário mínimo de 2026 vai ser de R$ 1.621. O anúncio do Ministério do Planejamento traz um aumento de R$ 103 para quem recebe o piso nacional. Essa mudança de 6,79% vale a partir de 1º de janeiro.

Segundo dados do Dieese, cerca de 59,9 milhões de brasileiros têm o salário mínimo como base para seus ganhos. Isso inclui não só os trabalhadores formais, mas também aposentados, pensionistas e beneficiários do BPC, que também vão perceber essa nova atualização.

Como foi definido o valor de R$ 1.621?

O governo federal usa uma fórmula que leva em conta a variação do INPC (um índice que mede a inflação para famílias de baixa renda) e o desempenho do PIB. A inflação acumulada até novembro foi de 4,18%. Este número é fundamental para calcular o piso.

Limitação do arcabouço fiscal

Inicialmente, o PIB de 2024 teria um crescimento de 3,4%, elevando o mínimo para R$ 1.636. Entretanto, uma lei aprovada em dezembro de 2024 colocou um teto de 2,5% para o ganho real, por isso o valor final foi menor do que as projeções, que esperavam R$ 1.631.

Quanto vai custar para os cofres públicos?

De acordo com as estimativas governamentais, cada R$ 1 a mais no salário mínimo gera cerca de R$ 420 milhões de despesas anuais. Com esse aumento de R$ 103, o impacto passa a ser de aproximadamente R$ 43,2 bilhões em gastos para 2026.

Impacto nas contas do governo

Quando o salário mínimo é reajustado, o governo também acaba gastando mais. Benefícios previdenciários, abono salarial e seguro-desemprego, por exemplo, não podem ser menores que o salário mínimo. Portanto, o aumento do piso afeta essas despesas.

Os cálculos apontam que cada R$ 1 a mais no salário mínimo gera incertezas em 2026 de aproximadamente R$ 420 milhões. Logo, o aumento de R$ 103 no salário mínimo significa um crescimento no gasto obrigatório de R$ 43,2 bilhões.

Notas de 100 reais sendo seguradas por uma mão, com destaque para o novo valor do salário mínimo de 2026, que entra em vigor em 1º de janeiro.
Salário mínimo 2026: aumento e ajustes em diversos benefícios.

Salário mínimo e benefícios do INSS

Os aposentados e pensionistas que recebem o mínimo agora terão direito a R$ 1.621 por mês. Para quem tem benefícios acima desse valor, a correção vai seguir só o INPC de 4,18%. O calendário de pagamentos de 2026 será divulgado, mas deve ser parecido com o atual.

Abono salarial PIS/Pasep: novidades em 2026

O abono salarial que será pago pode variar entre R$ 135,08 e R$ 1.621, dependendo dos meses trabalhados no ano-base. Porém, uma grande mudança é que o teto de dois salários mínimos para receber o benefício agora vai ser corrigido só pela inflação.

Isso fará com que o número de beneficiários diminua aos poucos. O pagamento do abono deve começar em 15 de fevereiro de 2026.

Benefício de Prestação Continuada (BPC): novos valores e critérios

O BPC também vai aumentar para R$ 1.621. Para ter acesso, a renda familiar por pessoa precisa ficar entre R$ 405,25 e R$ 810,50. Desde 2025, é necessário fazer um cadastro biométrico e atualizar o CadÚnico a cada dois anos.

Seguro-desemprego: piso garantido

Os trabalhadores demitidos sem justa causa não vão receber menos do que o salário mínimo de R$ 1.621 em 2026, mesmo que o cálculo do benefício indique um valor menor. Isso garante uma segurança um pouco maior para quem está fora do mercado de trabalho.

Trabalho intermitente

No trabalho intermitente, os empregados recebem o chamado salário-hora, que não pode ser menor que o preço do salário mínimo ou o valor pago aos colegas que exercem a mesma função na empresa. Com o aumento, a remuneração diária e por hora no mínimo ficam em cerca de R$ 54,03 e R$ 7,37, respectivamente.

Cadastro Único (CadÚnico)

Com a alta do salário mínimo, os valores que permitem a inscrição no CadÚnico também vão aumentar. Ficam assim:

  • Renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 810,50);
  • Famílias que ganham mais que isso podem se cadastrar para participar de serviços e programas específicos.

Seguro-defeso

O seguro-defeso é um benefício de um salário mínimo pago aos pescadores que trabalham apenas de forma artesanal. Esse valor é concedido durante os períodos em que a pesca é proibida para garantir a reprodução das espécies.

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Formada em letras pela UNICURITIBA, Cristina Leroy começou trabalhando na biblioteca da faculdade como uma das estagiárias sênior. Trabalhou como revisora numa grande editora em São Paulo, onde cuidava da parte de curadoria de obras que seriam traduzidas/escritas. A 4 Anos decidiu largar e se dedicar a escrever em seu blog e sites especializados.