A popularidade do aluguel de casas de temporada facilitou bastante a vida de quem viaja. Além da variedade de opções, os preços também estão mais em conta. No entanto, essa facilidade também abriu espaço para golpistas, que aproveitam a rapidez das viagens e a confiança nos sites para aplicar fraudes.

Essas fraudes no aluguel de imóveis se tornaram bem comuns e representam um desafio crescente. Os golpistas usam estratégias que parecem reais, contando com gatilhos emocionais para enganar até os mais experientes. Muitas pessoas só percebem o golpe após já terem efetuado o pagamento.

Os crimes digitais estão mais sofisticados, e a chamada engenharia social é uma das técnicas usadas. Golpistas criam anúncios falsos, clonam perfis e fazem pagamentos fora das plataformas seguras. Segundo especialistas, esse tipo de golpe é ideal para quem está distraído. O advogado Murilo Rebouças Aranha destaca que geralmente seguem um padrão.

Os anúncios falsos costumam copiar imóveis reais e os preços aparecem muito abaixo da média do mercado. É normal que os criminosos utilizem perfis de usuários que foram criados recentemente e sempre insistem para que o pagamento seja feito via Pix ou fora do site. Eles criam um senso de urgência, fazendo o consumidor achar que está diante de uma oportunidade única, e que se não pagar logo, perderá o imóvel.

Sinais de alerta que o viajante não pode ignorar

Apesar de as fraudes serem frequentes, é possível identificá-las com alguns cuidados básicos. Atenção a fotos muito profissionais, endereços que não batem com as descrições, perfis sem avaliações e preços que estão muito abaixo da média são sinais de alerta. Se um preço parece bom demais, desconfie, pois é mais provável que seja golpe.

Outro ponto importante é quando o anunciante insiste para que a conversa saia do site oficial, seja para o WhatsApp ou para que o pagamento seja feito diretamente. Isso é um sinal claro de que algo não está certo. Os golpistas sempre tentam levar o cliente para fora do ambiente seguro da plataforma, onde não existem mecanismos de segurança, reembolso ou rastreamento.

É possível viajar com segurança sem precisar desconfiar de tudo. Alguns hábitos simples podem ajudar, como:

  • Usar sempre plataformas conhecidas e confiáveis;
  • Manter todo o diálogo e negociação dentro do site oficial;
  • Pedir uma videochamada para ver o imóvel em tempo real;
  • Fazer uma pesquisa das fotos no Google para checar se são original;
  • Solicitar documentos do proprietário ou responsável;
  • Evitar pagamentos antecipados quando isso não é comum na plataforma.

O advogado Murilo Rebouças Aranha compara essas medidas a revisar o carro antes de viajar. São atitudes simples que podem prevenir muitos problemas, evitando grandes prejuízos e dores de cabeça.

Contrato: burocracia ou proteção?

A ideia de formalizar um contrato ainda assusta muitos consumidores, mas é essencial, mesmo para aluguéis de curta duração. Já que o documento estabelece responsabilidades e regras claras para ambas as partes e facilita qualquer reparo em casos de problemas.

O advogado recomenda que o contrato contenha todos os dados do locador e do locatário, incluindo o endereço do imóvel, datas de entrada e saída, valores, condições de cancelamento, matrícula do imóvel e multas por descumprimento. Embora não garanta que problemas não ocorram, ter um respaldo jurídico é essencial para não ficar completamente desamparado.

O que fazer em casos de fraude?

Se você suspeitar que caiu em um golpe, como descobrir que o imóvel não existe ou que as informações não conferem, é importante agir rápido. O advogado Murilo recomenda juntar todas as provas, registrar um boletim de ocorrência, notificar imediatamente a plataforma e tentar bloquear o pagamento no banco ou cartão.

Movimentar-se rapidamente maximiza as chances de reverter o pagamento ou responsabilizar o golpista. Muitas vezes, isso também serve para tomar medidas contra a própria plataforma que facilitou a negociação.

Plataformas também respondem pelos danos

Em alguns casos, as plataformas podem ser responsabilizadas pelos danos. Isso ocorre porque, segundo o Código de Defesa do Consumidor, se a plataforma atua como intermediadora e cobra taxas ou valida anúncios, ela tem responsabilidade sobre as falhas.

A jurisprudência tem mostrado que se um golpe acontece dentro da plataforma, e não existem mecanismos mínimos de segurança, a plataforma se torna responsável.

Por fim, a principal mensagem é clara: a pressa pode levar ao golpe. O consumidor deve, sim, desacelerar um pouco, conferir as informações e comparar os preços. Desconfiar de ofertas que fogem do padrão é sempre uma boa prática.

Em resumo, se ficar atento e seguir alguns passos simples, você pode aproveitar suas viagens e aluguéis de forma mais segura.

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Formada em letras pela UNICURITIBA, Cristina Leroy começou trabalhando na biblioteca da faculdade como uma das estagiárias sênior. Trabalhou como revisora numa grande editora em São Paulo, onde cuidava da parte de curadoria de obras que seriam traduzidas/escritas. A 4 Anos decidiu largar e se dedicar a escrever em seu blog e sites especializados.