Com a chegada da primeira parcela do 13º salário, muitos brasileiros enfrentam uma grande dúvida: o que fazer com esse dinheiro? A principal escolha é entre pagar dívidas, investir ou aproveitar as festas de fim de ano. Esse período é recheado de tentações de consumo, que podem gerar uma sensação de “vida nova” e uma enxurrada de ofertas. Contudo, é preciso tomar cuidado, pois decisões impulsivas podem atrapalhar não só dezembro, mas também o início do próximo ano.
Segundo a experta em finanças, Adriana Melo, a prioridade deve ser a seguinte: quem tem dívidas, deve focar nelas. Ela ressalta a importância de manter um equilíbrio. Presentes, festas e uma ceia deliciosa fazem parte do fim de ano, mas transformar dezembro em um momento de consumo desenfreado pode resultar em problemas sérios.
Comprar por emoção e parcelar tudo leva a uma armadilha comum nesta época do ano. Ao entrar em novos parcelamentos, principalmente se já está endividado, a situação só tende a piorar, criando uma bola de neve que pode prejudicar o começo do ano. Para quem possui contas a pagar, o foco deve estar em organizar as finanças e montar uma reserva mínima, ao invés de investir de imediato.
Fazendo o 13º render mais
Se sua situação financeira já está sob controle, você pode pensar em formas de fazer o 13º salário render. Com os juros tão altos no Brasil, a renda fixa pode ser um bom começo para quem está entrando no mundo dos investimentos. Ela traz segurança, previsibilidade e pode oferecer uma boa rentabilidade.
Adriana Melo explica que investir de maneira sábia envolve entender três fatores: objetivo, prazo e tolerância ao risco. É importante evitar os impulsos típicos dessa época do ano. Investir requer paciência e estratégia, e não pressa. Começar com produtos mais simples e ir diversificando conforme seu conhecimento cresce é um caminho mais seguro.
Independente da sua situação financeira, o 13º salário só vai ser realmente aproveitado se houver planejamento. Por exemplo, a Black Friday é um grande atrativo onde muitos acabam comprometendo o benefício antes mesmo de recebê-lo. Se a compra não estiver no planejamento, mesmo com desconto, não deve ser feita. É importante destinar o dinheiro de forma equilibrada: parte para as festas, parte para janeiro e outra parte para a reserva ou investimentos.
Caminhos práticos para aproveitar o 13º salário
- Priorize dívidas, especialmente as mais caras. Usar o 13º salário para quitar dívidas é o primeiro passo para restabelecer o equilíbrio financeiro. Não faz sentido ter outras atividades financeiras enquanto existem pendências que comprimem o orçamento.
A regra básica aqui é clara: quem tem dívidas, deve priorizar isso. A melhor forma de usar o 13º é para quitar ou renegociar as dívidas que têm juros altos. Isso pode fazer uma diferença significativa no orçamento mensal. Também vale a pena considerar as chamadas dívidas emocionais, como o que se deve a familiares. Quitar esses débitos traz alívio financeiro e emocional.
- Se for investir, foque em coerência e não em impulso. Após resolver as dívidas e formar uma reserva mínima, o 13º salário pode contribuir para o seu patrimônio. No entanto, muitos iniciantes acabam se empolgando com a ideia de começar a investir e fazem escolhas rápidas, sem avaliar se estão de acordo com sua situação financeira.
Se as contas estão em dia, é legal pensar em investir. Com os juros altos, a renda fixa surge como uma boa opção, seja no Tesouro Direto ou em aplicações ligadas ao CDI. Na hora de escolher um investimento, é crucial considerar seu objetivo, o prazo e a tolerância ao risco.
- Planeje o uso do 13º para que ele realmente renda. Antes de dar dicas práticas sobre como usar esse dinheiro, é importante enfatizar que o verdadeiro ganho financeiro está nas intenções por trás de cada escolha. O planejamento é essencial para que o 13º não se perca em compras por impulso, assegurando um começo de ano mais tranquilo.
Uma sugestão prática de divisão do 13º é: 33% para celebrações, sem exageros; 33% para os gastos de janeiro, como IPTU e material escolar; e 34% para a reserva de emergência ou investimentos, caso não tenha dívidas. No final das contas, a verdadeira liberdade financeira vem de começar janeiro sem ter que pagar pelas festas de dezembro.
Com essas orientações, você pode aproveitar melhor o seu 13º salário e entrar em 2024 com as finanças sob controle. Assim, é possível comemorar o fim de ano de forma consciente e evitar problemas futuros.
